terça-feira, outubro 02, 2018

Notas ao Código de Praxe da Universidade Europeia, 2018

Mais um código se analisa e não há meio de não nos perguntarmos "para onde vai isto?".
Ignorância, mediocridade, incompetência, são 3 adjectivos que podem caracterizar, este documento, o qual podem consultar AQUI.
 
 
E como se não bastasse, para além das palermices costumeiras, encontramos igualmente a falta de civismo (e criminalidade) tornada lei (com a apologia do roubo, que mais à frente abordaremos).
Lamentável, mas acima de tudo inadmissível, num "código" publicado em 2018, após tanta informação disponível e os muitos alertas feitos em páginas e blogues de referência.
 
Vamos lá, então.
 
 
A definição é, obviamente, uma palermice resultante da cópia da cópia, feita por pessoas sem qualquer preocupação com tradições académicas.
A definição de Praxe não é, de todo, essa (podem consultar AQUI, em que consiste), como não é pertença dos alunos de uma instituição.
A clara incapacidade em distinguir praxes (gozo ao caloiro) de Praxe, deixa, desde logo, claro, o que vem a seguir.
"Estar em Praxe" ser considerado o acto de preparar, participar ou executar o gozo ao caloiro evidencia, como se percebe, um entendimento totalmente afunilado de Praxe, deturpando-lhe o seu real sentido.
Sobre "Voz de Praxe" é algo tão ridículo que nem se comenta.
 
A Praxe não tem objectivo, mas como confundem Praxe com gozo ao caloiro, natural que troquem tudo. Seja como for, o gozo ao caloiro (as praxes) se supostamente pretende receber dignamente os alunos recém matriculados, depois de ler este código, percebemos que o "dignamente" não passa de lirismo "para boi dormir".
Essa de pretender incutir regras básica de bom comportamento, é demasiado estúpido para se deixar passar. Quando afirmam (mais à frente) que o "broche" (colher de café na gravata) deve ser roubado, estamos conversados. Sobre o respeito, depois de lido este código, também ficamos conversados. Praxe ser para incutir entreajuda é outra tanga, e pretender que serve para incutir amor e orgulho pela instituição é simplesmente néscio.
Se isto é Praxe, vou ali e já venho.
 
 
Na verdade, pode praxar quem não é caloiro, tenha ou não sido praxado. Verdade que, por princípio moral, não  deve exercer gozo ao caloiro quem não foi gozado, mas, uma vez mais, esta gente não sabe sequer de onde vem a origem das praxes.
Ter de ser classificado por uma comissão para poder praxar, usando uma fita (tipo certas organizações policiais de antanho) não tem qualquer nexo.
Depois de lido e analisado este código, verificará o leitor que a nenhum co-autor deste documento deveria ser permitido exercer gozo ao caloiro, nem que fosse por serem tão ineptos nestes assuntos.
E essa coisa de ter a capa traçada para praxar, sem se ver o branco é mais uma falácia de todo o tamanho. Mas como esta gente não procura informar-se, inventa. Só falta abolirem a camisa branca e usarem uma preta. Não, meus caros, não se ver branco apenas se regista em trupe e na Serenata Monumental. Em nenhum outro momento. Mais à frente voltaremos a este assunto.
 
Sobre "Voz de Praxe", nem sabemos que dizer. Ridículo? Será pouco.
Qualquer dia é bom para praxar?
Não, meus caros, na verdade, as praxes têm uma época própria e não todo o ano. Mas lá está, quem não sabe interpretar e só copia sem critério, dá argoladas. A Praxe vigorar o ano inteiro não tem a ver com praxes (gozo ao caloiro).
 
Uma vez mais, esta confusão entre "Gozo ao Caloiro" e "Praxe".
Tradicionalmente o gozo ao caloiro é individual e nunca colectivo. Mas desde os anos 90 que a malta quer é ver tropas alinhadas e sentir-se general por umas horas.
 E essa da Praxe ser um dever (um dever praxar caloiros) é tão parvo que não merece mais delongas. Dever, na verdade, seria os autores deste documento (e os que o aprovaram e executam) serem praxados pela ignorância e incapacidade de fazer uso de algo simples como "pesquisar".
 E quando afirmam, no artigo 12, que qualquer aluno da UE está vinculado à Praxe, significa que pode ser alvo de gozo, de praxes? Se é isto, valha-nos a Santa Paciência.
 
 
Esta protecção, designada "Tunum protectum" é............ESTÚPIDA!!!
O que tem a ver Tunas com Praxe? Nada, na verdade (Ver AQUI)!.
Tradicionalmente, esta protecção chama-se "protecção de instrumento", sendo que o caloiro portador está a salvo de gozo, se provar saber tocar com ele. Não, não é perante Tunas que devem mostrar que sabem tocar, mas perante as trupes (porque essa protecção valia para os caloiros que, usualmente, à noite, iam ou regressavam de ensaios/actuações).
Será que no meio académico só há instrumentos nas tunas? É que esta protecção é anterior ao boom das tunas, sabiam? Grupos de fado, entre outros grupos musicais que se podem formar no meio académico, diz-vos alguma coisa?
Se a burrice matasse, lá teríamos nós de ir às vossas exéquias.
 
 
Então, digam-me lá: onde está o receber dignamente, o respeito e blábláblá?
Agora vale extorquir o caloiro a pagar bebidas, para se safar de praxes?
A apologia do suborno começa cedo. Depois venham cá com moralismos sobre corrupção. Estamos já no âmbito da apologia do crime. Isto promete!
 
 
Esta de um aluno matriculado ainda não pertencer à academia, porque, para isso (para ser considerado caloiro), tem de se submeter às praxes é simplesmente ridículo, parvo e estúpido.
O termo "caloiro"  é cognome atribuído a qualquer aluno que frequenta pela 1.ª vez a universidade. Inicialmente tinha a designação de "novato".
Portanto, é "caloiro", qualquer aluno matriculado pela 1.ª vez, e faz parte da academia com a mesma legitimidade que um que tenha 150 matrículas.
Designações de "chibo" e "ET" são verdadeiramente algo sem sentido, de quem inventa porque não sabe fazer uso do intelecto.
Só se é caloiro uma vez (ver AQUI) e logo que se matricule no Ensino Superior!
 Depois essa palermice do "Ad Eternum" (nem sequer é assim que se escreve, mas "Aeternum" - até nisso são incompetentes), sem qualquer sentido, colocando como elegíveis membros da Comissão de Praxe, da Tuna e quejandos, como se isso fosse, per si, algo de fora do comum.
Essa designação é anti-Praxe, já que nenhuma pessoa que tenha terminado os estudos, e obtido grau, pode estar na Praxe. Cessa a condição de estudante e o vínculo com a Praxe, mal obtenha grau académico. O código não pode, portanto, legislar sobre o que está fora do âmbito estudantil.
 Essa do "Rex/Regina" é parvoíce.
 Mas simplesmente ridículo é ver como a ignorância desta gente leva a que pretendam que o feminino de "Dux" seja "Madre". Ora "Dux" não é sinónimo de "Padre/pater/pai", mas sinónimo de "Chefe", de "Líder" (a forma mais aproximada é italiana com o vocábulo "Duce", utilizado por Mussolini).
Agora vejam o triste papel feito por pessoas que, sabe-se lá como, andam numa universidade e demonstram tanta ignorância.
 E terminamos como mais uma achega ao exemplo de rigor e conhecimento dos autores e membros que publicaram este "código": é que nem sequer sabem escrever "Consilium", com S.
Sobre o termo "Consilium" leiam AQUI!
São dos que acham que "latim macarrónico" é simplesmente tornar palavras portuguesas parecidas com o latim.
Mas há regras para o latim macarrónico. Ora leiam AQUI.
Ainda nem vamos a meio e o nível de ignorância demonstrada já revela muito.
 
 
Insígnias de praxe são essas mesmas, mas elas não são envergadas, mas utilizadas. Alguém não foi às aulas de português.
As insígnias, quando muito, ostentam-se, mas não se envergam.
Por outro lado, as insígnias pessoas não são ceptros de poder só usados por alguns iluminados.
Usualmente são as trupes que as utilizam (sim, "Trupes" e não "Pandilhas, como querem inventar).
Sobre insígnias de Praxe, leiam AQUI.
 
 

Sobre essa coisa de direitos e deveres, veja-se a suprema falta de senso.
Não se entenda a referência a coisas óbvias. Esta gentinha ainda não percebeu que os direitos consagrados pela constituição portuguesa se sobrepõem a códigos de praxe?
Aconselha-se aos autores, os que aprovaram e seguem este código, que consultem a lei geral e fundamental do país, para não andarem a dizer coisas óbvias,  e defenderem o roubo e a extorsão.
Também se aconselha que parem de dizer coisas parvas, pois essas referências a "pirilau, pipi e maminhas" é simplesmente abjecto e vergonhoso.
 Caloiro deve obediência total? Caloiro é camareiro dos doutores ou funcionário da limpeza?
O caloiro só bebe, fuma, usa telemóvel conforme os doutores determinam?
Deve fazer tudo o que os doutores acharem por bem?
Venerar o Dux e praxantes?
E ainda falam em respeito e dignidade no vosso código, perante o que não passa de coação, restrição e violação de liberdades e direitos, e de um esclavagismo encapotado?
Tenham vergonha!
Como se pode respeitar, venerar, obedecer a gente com veste a pele de Maduros, Bolsonaros e outros ditadores de pacovia?
E terminam, em nota de rodapé, com ameaça velada, de mandar para tribunal ou resolver na hora (resolvem como? Recorrendo a processos de intimidação, ameaça, coação...?).
 
Este artigo é simplesmente caricato. Uma hierarquia/cargo (não sabem diferenciar) com a designação de Fiscalis é mesmo de mentes perversamente distorcidas por um qualquer saudosismo fascista.
Estamos, na verdade, perante uma versão, mais recente, de Inquisidor, o caça-bruxas, o que tem sempre de encontrar culpados e alguém para "torturar".
Uma espécie de Chefe da Gestapo ou da SS, com poder de roubar os colegas (sim, porque retirar a capa a alguém, para além de ser anti-Praxe, é crime).
Também só o farão até alguém perder os dentes, por tal mania.
 
 
E agora entremos nos disparates em catadupa.
O Traje Académico usa-se a partir do momento em que se está matriculado. Sim, os caloiros podem trajar (ver AQUI) e não precisam de cerimónias parvas para o fazerem (ver AQUI, sobre esses ritos ridículos).
Um traje vedado a caloiros é anti-Praxe e não pode ser considerado traje académico (Ver AQUI), quando o Traje Nacional (vulgo "capa e batina") é destinado a qualquer estudante - ver AQUI, inclusive do liceu - Ver AQUI.
Essa do dia do estudante ser a uma 5ª feira é algo sem nexo.  O traje usa-se quando nos apetece, sabendo que há momentos em que o seu uso é essencial, para certas cerimónias, e não por ser 5ª feira.
Sobre o traje masculino, dizer que o gorro (sobre o gorro, leiam AQUI) não é para Tunas (nunca foi, aliás, peça usada por tunas, como distintivo das mesmas), mas para qualquer estudante. Assim se perverte a história e a Tradição.
Já agora, essa da "Batina"  não poder ser a do modelo  "eclesiástico", é ridículo. Na verdade a "Abatina" (nome original) deixou de ser usada no séc. XIX. O que se passou a usar foi uma casaca. O que os estudantes usam no traje é uma casaca e não uma "batina". O termo "Batina" é um cognome, uma alcunha, uma designação que ficou, apesar de, na verdade, haver mais de um século que o traje académico não é constituído de "Abatina". Estes devem ser daqueles que ainda acham que o traje descende dos trajes eclesiásticos! Pobres...de espírito.
Os ignorantes copiam sem qualquer critério, como se pode ver.
E o que é isso de "Abas de gola"? São abas/lapelas ou, num termo mais correcto, "carcelas". Também é caricata a referência a "parte traseira".
 Sobre o traje, leiam AQUI, AQUI e também AQUI.

 E sobre o traje feminino, podem consultar AQUI e AQUI.
 
 

Posição da capa?
Mas que coisa mais sem nexo!
A capa usa-se como bem nos apetecer, meus caros! Apenas em algumas situações, muito escassas, existe um modo adequado para se usar, como podem ver AQUI.
Parem de inventar. Nem sequer há um lado obrigatório para se usar. Pena a ignorância e incompetência não doerem; sempre podia ser que tomassem consciência!
Quanto aos emblemas, podem riscar tudo de fio a pavio, porque só dizem asneira ( e desrespeitam a Tradição).
Emblemas são cosidos sem se ver do avesso.
Não, não têm de ser em n.º ímpar! Não, não existe ordenação apropriada ou regras para isso. Era o que mais faltava!
Não, não se mete qualquer emblema. Há uma tradição, uma história (aquela que desconhecem, como está bom de ver) que enquadra a colocação, e que podem consultar AQUI.
 

Quanto aos rasgões, estão certos, mas incompletos. Explicar as dimensões, os porquês, o que significam, ajudaria, e muito, pois há uma tradição para os mesmos (podem consultar AQUI).
 A capa não se lava? Quem disse, a vossa parvoíce ou a vossa falta de aprumo e higiene?
A capa lava-se quantas vezes for preciso, de acordo com uma das regras mais basilares do porte do traje.
Consultem AQUI, e vejam a porcaria que andam a disseminar!
Não se afasar da capa mais de 7 passsos, por alma de quem? Com que fundamento na Tradição?
O fiscalis anda de fita métrica ou a passar multas de mau estacionamento?
Essa norma é descabida!
 A capa é traçada pela 1.ª vez quando? Enterro do Caloiro?
Mas vocês sabem o que andam a dizer? De onde vem essa palermice?
Não, meus caros, a capa traça-se pela 1.ª vez quando se quiser e usa-se quando nos apetece.
 Acerca do traje, ora leiam sobre as quantidade de picuinhices e invenções que são tudo menos Praxe, AQUI.
 
BAPTISMO DA CAPA é mentira, não é?
Ser pisada, ser depósito de esperma?
É só bosta nessas mentes! Nem se dão ao respeito nem respeitam uma capa académica. Baptismo de capa? Ora leiam AQUI!
Traçar a capa implica esconder o branco do traje? Por alma de quem?
Ainda não perceberam que esconder o branco é apenas na Serenata e em Trupe e há razões históricas para isso? Podem ler AQUI.
Dobras por alma de quem? Inventam cada coisa que mereciam um prémio de estupidez!
A capa leva dobras no colarinho, tantas quantas as necessárias para ela se segurar bem pelos ombros. Mas em cerimónias solenes nenhum dobra sequer se faz.
Sobre os modos de usar a capa, leiam AQUI!
 Em caso de luto as lapelas não se usam "para cima" (nem português sabem), mas fechadas; ou seja as carcelas ficam abotoadas e a capa usa-se descaída, abotoada. Não se oculta o branco, porque a gola da camisa fica visível.
Sobre o luto académico, leiam AQUI.
 
Proibições da treta!
Essa de "sinais externos de vaidade" é ridículo. Nem sabem o porquê de certas restrições. Mas compreende-se, pois nem sequer sabem a função do traje e a sua história. Também devem ser dos que acham que o traje é para tornar todos iguais. Pobres... de espírito!
Proíbem o relógio de pulso, quando isso é anti-Praxe. Mas usar o de bolso já não é sinal de vaidade?
Pode-se usar relógio de pulso, sim senhor! Deixem-se de tretas!
Ora leiam AQUI e aprendam!
Permitido o uso de guarda-chuva, desde que seja  preto? Mas vocês são tontos ou fazem-se? Basearam-se em que fundamento histórico? Leram isso num flyer do IPMA?
O uso de guarda-chuva é incompatível com traje corporativo, como é o caso do traje académico. Santa Ignorância! Para proteger da chuva usa-se gorro ou capa pela cabeça. É essa a Tradição; sim: aquela que vocês andam a deturpar! 

Proibido etiquetas no traje? Mas vocês estão no vosso perfeito juízo (é retórico: está visto que não).
Proíbem as etiquetas com base em quê, na vossa estupidez ou ignorância (ou ambas)?
Ora leiam AQUI sobre as etiquetas do traje e poderem, se não for pedir muito, ponderarem sobre as tretas que dizem!
 Proibido maquilhagem, elásticos de cabelo, unhas de gel tapadas com adesivo?
Tapado com adesivo deviam estar estes artigos e todos os que os inventaram!
 
Um código que faz a apologia do roubo nem para papel higiénico serve!
Até agora, era acima de tudo um código repleto de parvoíces, decorrentes da profunda ignorância e incompetência, mas agora confirma-se que também é o curriculum dos autores no que concerne à sua falta de educação e civismo.
O "Broche" tem de ser roubado? Da mesma maneira que vos roubaram o bom-senso?
Vergonhoso!
E não, não se usam colheres de café na gravata. Isso é simplesmente anti-Praxe.
Ora leiam AQUI sobre o assunto, a ver se percebem!
 
Sobre pins, está visto que também evidenciam as mesmas parolices.
Não, meus caros, os pins têm uma praxis. E "madeiras" são circo e palhaçada! O traje não é fato de carnaval!
Para a conhecerem, e perceberam o quanto vocês andam a delapidar a Praxe, leiam AQUI.
 
O uso do Grelo é para finalistas? Será que li bem?
HERESIA!!!
Mas quem vos deixou ingressar no ensino superior? Já ouviram falar no processo de pesquisa, investigação, procura de fontes, confronto de dados, de modo a saberem do que falam?
E são vocês responsáveis pela Praxe da vossa instituição, demonstrando tamanha incompetência e desenfreada tendência em destruir tudo quanto é Tradição Académica?
É da Praxe que os que mandam por aí sejam os mais incompetentes? Parece, claramente.
O Grelo é tradicionalmente a insígnia colocada no penúltimo ano de curso (usa-se na Pasta - que nem referem sequer).
Os finalistas usam fitas, num total de 8. Ler AQUI.
Sobre as Insígnias pessoais e pasta, queiram informar-se, lendo AQUI.
 
Tunas num código de praxe?
Nem a isso nos poupam. Vocês quando é para fazer bosta, é à grande!
Tunas e praxe são coisas distintas. Leiam, AQUI, e percebam que cada coisa no seu lugar.
Quem não percebe de praxe e muito menos de tunas, deveria dedicar-se a algo mais de acordo com as suas áreas de saber. nenhuma delas é a vossa e, portanto, já se esperava que fizessem asneira em ambos os assuntos.
E aquela coisa de que o colete do traje é só para os membros de tuna feminina é outra estrondosa argolada.
 
 
E terminamos. Não analisámos todos os artigos, porque é esforço inglório. Estes exemplos bastam (os outros seguem na mesma onda).
Gostaríamos de desafiar os autores deste documento a definir o fenómeno "Espírito Académico", pois, pelos vistos, é algo que só se alcança a quem seguir este "código".
Ou seja, não bastando a ignorância, incompetência, falta de civismo e educação, falta de senso... ainda têm a presunção de acharem que o "Espírito Académico" (essa coisa que ainda ninguém conseguiu explicar) só está ao alcance dos iluminados seguidores deste documento, porque todos os outros, coitados, andam nas trevas.
 
Um pseudo-código de Praxe, mas que de Praxe pouco tem, não abordando muitos aspectos que são próprios à Tradição e à praxis a observar em diversos eventos, como é o caso  das insígnias pessoais e a sua imposição, latada, rito de baptismo .... um documento que se centra, e mal, em praxes, mas depois se diz Código da Praxe. Ou seja, estamos perante um documento que sobre Praxe e Tradição está muito incompleto e aquilo que contempla, está, na quase totalidade, errado. Chamarem isso de "Código de Praxe" só mesmo de quem não tem senso.

Não se entende como é que alguém pode sequer seguir um código destes, como é que as pessoas podem sequer respeitar quem produz algo tão medíocre.
Se quem manda na Praxe, e supostamente deveria ser quem mais sabe, demonstra tais lacunas e limitações, como esperar que sejam respeitados?
São esses os parâmetros de rigor, e exigência que colocam nos vossos estudos e formação?
Aceitariam ter professores tão incompetentes?
Então como aceitam ter líderes destes a produzir documentos deste tipo?
Não é por falta de informação, de bibliografia e sites acessíveis, especializados na matéria.
E se não é falta de informação, então é falta de formação e exigência em querer saber, e isso é ainda mais preocupante, pois tem a ver com carácter.

 

sábado, setembro 22, 2018

Mudar passa por conhecer e debater o essencial.

Por mais informação que se coloque na net e se disponibilize nos mais diversos formatos, enquanto não houver a plena consciência de que a formação e informação devem passar por acções no terreno, continuaremos a assistir à inexorável delapidação e deturpação de toda a tradição académica.
Isto porque com os avanços tecnológicos, temos agora ainda mais ruído, temos cada vez mais "vendilhões do templo" que, com recurso a uma câmara, se armam em comentadores e analistas sem, contudo, perceberem patavina do assunto. Mas o povinho aplaude, consome e....e é enganado.

Nunca, em tão poucos anos, se desvirtuou tanto a Tradição, por actos, por omissões e muita burrice elevada a praxe.



Quando alunos universitários estão mais predispostos a praxes e a brincar aos comandantes de quartel (onde alguns exibem os seus tiques de inquisidores ou ditadores), continuaremos a ter não apenas cenas lamentáveis nas parangonas jornalísticas, mas também uma multitude de práticas rídículas que, não fazendo capa de noticiário, contribuem igualmente para a péssima imagem da Praxe, das praxes e dos estudantes.

É essencial trocar praxes por palestras, por tertúlias, por sessões de esclarecimento, com vista a uma correcta informação e formação - quer para caloiros quer para doutores. Só a partir daí faz sentido o resto, só depois faz sentido zarpar. Jogar sem conhecer as regras, e sem as conhecer com espírito crítico (para diferenciar as regras tradicionais das inventadas), ou mesmo jogar segundo as que alguém desvirtuou, é como partir em viagem sem preparação, sem malas, sem nada que não seja o excesso de si próprio.

Adaptado do original (de autor nd)
Mas tão essencial é trocar gozo ao caloiro por sessões informativas/formativas, como as mesmas serem conduzidas por quem, de facto, tenha competência no assunto, sob pena de fazer mais mal que bem (e, para isso, então não nos cansemos porque já temos as anedotas dos códigos e as patranhas cantadas pelos veteranos de meia tigela).

Sessões conduzidas apenas em função de cargo ocupado na Praxe, em função da hierarquia/matrículas não garante nenhuma qualidade e, acima de tudo, nenhuma isenção.
Se nem os santos da casa fazem milagres, que fará quando, na casa, nem santos há (e pior ainda quando alguns colocam uma auréola na própria cabeça).
 

Depois, há que não esquecer que é fundamental ir ao cerne dos problemas, ao que é polémico. Apontar claramente.
De nada vale explicar, por exemplo, a origem e função do traje, se antes não se tiver precisamente apontado os erros cometidos contra a sua praxis e conceito - e não são os erros do vizinho que devem servir de mote: há que assumir os próprios, em primeiro lugar, pô-los em cima da mesa.

Falta essa prática, essa excelência crítica - o que não deixa de ser um paradoxo, quando estamos a falar de Ensino Superior, onde o desejo de saber, de dominar os assuntos em que nos situamos, vivemos e praticamos seria algo básico, costumeiro e lógico.

Continuamos, aqui no N&M, como sempre, na mesma posição: não entendemos como é que tanta ignorância é capitalizada para justificar cargos, como é que tanto mito e invenção têm porta aberta para constarem em códigos de praxe, e como é que tanto erro é tão passivamente aceite e ingerido como facto, nos meios universitários.
Preocupa, porque tamanha mediocridade intelectual em coisas que se diz viver intensamente, que se diz defender, apenas encapuza outras mediocridades.
Preocupa perceber que é quem tem obrigação de saber mais, porque lidera, quem, afinal, é o mais incompetente.

E ainda falam dos americanos que votaram em Trump!

O mal não está em não saber, mas em não querer saber ou não questionar o que se ouve dizer ou ainda, achar que o que se sabe chega ou se sabe o suficiente.


Trupe, padre e moca, 1895

Um curioso dado sobre o facto de nem um sacerdote ter escapado à violência de uma trupe, na Coimbra de 1895.


A Voz Pública, 6.º Anno, N.º 1699, de 19 de Outubro de 1895, p.2.

quinta-feira, setembro 20, 2018

Uma latada sem latas, 1895

As latadas de antanho, eram manifestações ruidosas dos alunos que acabavam as aulas e iam para a rua fazer barulho junto das casas onde outros estudantes (de outras faculdades) anda estavam a estudar, numa "provocação", fazendo pirraça. Para tal, tocavam tachos, testos e outras latas, para que o chinfrim se fizesse ouvir.
Exteriorizavam a sua alegria, ao mesmo tempo que gozavam com os colegas ainda em época de exames (época de "actos", como se dizia).

Mas neste caso, os alunos da Faculdade de Filosofia da UC, deixaram as latas em casa e decidiram fazer uma marcha "aux flambeaux" (com archotes) e tocar serenata com guitarras.
Assim, a música foi outra, certamente mais agradável.

A Voz Pública, 6.º Anno, N.º 1586, de 08 de Junho de 1895, p.2.

Festa do Ponto na Escola Médica do Porto, 1895

As tradições académicas no Porto têm já longa história. Aqui, a Festa do Ponto, na Escola Médica, em 1895.

A Voz Pública, 6.º Anno, N.º 1573, de 25 de Maio de 1895, p.1

Jantar de fim de curso da Escola Médica do Porto, 1895

O costume de fazer jantares a festejar o final do ano lectivo não é de agora. Eis aqui um testemunho de 1895, com quintanistas e quartanistas da Escola Médica do Porto a celebrarem o fim dos estudos, chegando a festa a fazer-se do lado de lá da fronteira.

A Voz Pública, 6.º Anno, N.º 1576, de 28 de Maio de 1895, p.1.